DEPOIMENTO

Marcos Antônio

Estudante do Curso Técnico em Agroecologia

Cabo de Santo Agostinho - PE

“O curso técnico de agroecologia, ele vem desenvolvendo um trabalho muito importante nessas regiões, tanto na região metropolitana, como no sertão, como na zona da mata.

E nós que somos ali de uma zona canavieira do Cabo de Santo Agostinho, nós percebemos que depois desse curso, muitas coisas estão melhorando na nossa região.

A gente está levando para lá a importância de ter o alimento saudável, aprendemos aqui. Estamos levando a importância de conservar o ar melhor, com as plantas que nós estamos plantando, com as árvores, com as áreas degradadas que nós estamos reflorestando.

O curso de agroecologia faz as nossas comunidades, começarem a enxergar o mundo de outra forma, com mais harmonia, com mais a capacidade de entendimento do que é importante você ter uma casa que possa lhe fornecer alimentos e a gente está aprendendo tudo isso aqui no curso de Agroecologia do SERTA.”

DEPOIMENTO

Maria Gomes e Seu Maurício dos Santos

Produtores agroecológicos

João Alfredo - PE

“Antes do projeto chegar, era tudo com veneno e adubo. Por mês, eu gastava, em média, R$200,00 de veneno. Hoje, zerei, depois de dois anos pra cá, graças a Deus.

A água, depois desse projeto, a água teve uma mudança, graças a Deus. A cisterna ali tá cheinha com 52 mil litros d’água.

Nos livramos do veneno, do adubo. Ele melhorou para nós, estou participando da feira. Eu mesmo estou vendendo meus produtos, que antes eu mandava pra CEASA. E hoje, graças a Deus, vendo na feira e vendo o povo que vem em casa comprar.”

DEPOIMENTO

Rejane Alves

Agricultora

Ibimirim - PE

“A gente ia buscar lá no cacimbão, ali no rio, pra trazer era na cabeça, às vezes quando não aguentava era no carrinho de mão. Mas agora tem essa cisterna, graças a Deus. E agora ficou melhor ainda pra nós.

É uma dificuldade muito grande por água, viu? A gente com água é outra coisa. A gente sem água não é nada. A gente tendo água, a gente tá rico. Porque agora a gente tem água pra beber, pra cozinhar.”

Blog

Glauce Gouveia presente!

Por Serta

19/10/2021 | 11h:00

No último domingo (17), a coordenadora-pedagógica do Projeto Vida Saudável nos Morros, do Serta – Serviço de Tecnologia Alternativa, Glauce Gouveia fez sua última passagem. Historiadora, pesquisadora, professora e educadora popular, ela foi velada com muitas homenagens de grupos de diversas representações da cultura popular pernambucana e dos indígenas Kapinawá, comunidade em que ela teve uma trajetória de identificação e trocas. O velório foi uma celebração que reuniu poetas, músicos, representantes de maracatus, que com arte tentaram abraçar sua família.

Glauce deixa marido e dois filhos (Tibério e Livia). Nos últimos meses, ela enfrentava de forma brava um câncer e decidiu continuar até seus últimos dias trabalhando na implantação de quintais agroecológicos nas comunidades do Alto José do Pinho e da Vila Santa Luzia, ambas no Recife. O projeto de agroecologia urbana do Serta foi uma das últimas missões e foi celebrado pelo poeta Jailson Oliveira, do grupo Poesis (Alto José do Pinho) em poema recitado pelo autor durante o velório, em que fala dos quintais como um dos frutos deixados pela historiadora para nós que seguimos lutando por cidades e pelo meio rural mais humanos.

Mesmo doente, Glauce fez questão de participar da recente implantação da horta comunitária do restaurante popular do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, na Vila Santa Luzia. Um dos mais recentes plantios dessa pessoa incrível que foi Glauce, hoje o espaço já conta com uma cisterna, uma horta que deu sua primeira colheita e existem planos para a construção de um galinheiro no espaço antes sem utilização (a casa chegou a ser uma fábrica de tijolos antes de ser abandonada e foi ocupada em 2021 pelo MTST).

“Conheci Glauce em 2018, no Serta, ela estava fazendo o levantamento de quantas escolas aplicavam o PEADS (o nosso Programa Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável, baseado nos ensinamentos de Paulo Freire). Em 2019, nós juntas e com Abdalaziz de Moura (fundador do Serta), realizamos a Jornada de Educação no Campo. Em 2020, fizemos o convite para ela participar do projeto Vida Saudável nos Morros e em 2021 passou a coordenar. Neste período ela sempre contribuiu com a Escola Técnica do Serta (Curso Técnico em Agroecologia)”, contou a presidenta do Serta, Alexsandra Maria da Silva.

Glauce Gouveia trabalhou na Fundação Joaquim Nabuco, UFPE e UFRPE. Também atuou como pesquisadora no Comitê Territorial de Educação Integral de Pernambuco (CTEAPE) e Centro de Pesquisas e Educação Pedagógica (CPAP). No Ensino Básico, foi professora do Colégio Apoio e ganhou o Prêmio Asa Branca, como autora do trabalho “A Constituição na Escola: uma realidade”, desenvolvido com os estudantes das séries finais do Ensino Fundamental II da escola em 2004/2005.

Conheça um pouco mais sobre Glauce Gouveia assistindo a entrevista “Educação no campo em tempos de pandemia: o que estão sofrendo os povos indígenas e quilombolas?”, que está disponível no Youtube.