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Nota de repúdio do SERTA – Serviço de Tecnologia Alternativa

Por Serta
09/09/2019 | 11h:56

O SERTA vem a público repudiar a ordem de despejo do Centro de Formação Paulo Freire, emitida pelo Juíz da 24ª Vara Federal, subseção Caruaru/PE, a pedido do INCRA, para a desocupação de uma área de 15 hectares de uso comum localizada no assentamento Normandia, onde funciona, o Centro de Formação Paulo Freire.

Pertencente ao Assentamento Normandia, o Centro de Formação foi criado em 1998 a partir de muitas lutas e consolidou-se através de inúmeras parcerias junto as instituições do Estado de Pernambuco como: ONGs, Cooperativas, Institutos Federais, Associações, Universidades, Governo do Estado e o próprio INCRA. Ao longo de sua trajetória formou milhares de pessoas, através de cursos, oficinas e capacitações, tornando-se referência Nacional e Internacional.

As demandas do e no campo são enormes, há muito trabalho a ser desenvolvido pelo INCRA, de modo a melhorar as condições de vida da agricultura familiar (a produção, a comercialização, segurança alimentar e nutricional, assentamento dos acampados e acampadas, reduzir a violência no campo). O processo de criminalização dos movimentos sociais do campo não contribui para a redução dos problemas vividos, e a serem enfrentados. Governos e Movimentos sociais devem alinhar-se por meio de lutas conjuntas, a educação transformadora e alicerçada em princípios democráticos que respeitam a construção coletiva do conhecimento popular e libertador, a igualdade de gênero, geração, raça e etnia, bem como, a inclusão sócio produtiva dos camponeses e camponesas.

O tratamento dado ao MST, movimento reconhecido e legitimado, preocupa frente aos desafios do amanhã, a base social construída no Brasil exige que se respeitem as expressões sociais locais, as organizações que lutam pela democracia, educação do e no campo, igualdade, justiça social e efetivação dos direitos.

O SERTA, ao longo dos seus 30 anos, tem atuado com formação junto aos movimentos sociais, na proposição e execução de políticas públicas para a transformação das circunstâncias econômicas, sociais, ambientais, culturais e políticas, e na promoção do desenvolvimento sustentável do campo, em todo Nordeste Brasileiro. Vemos nesta ação, imposta pelo INCRA, um imenso retrocesso que se avoluma frente as diversas ameaças pelo qual vem passando a democracia e a classe trabalhadora.

Somos solidários com todos e todas que fazem o Centro de Formação Paulo Freire, MST, famílias assentadas e todos os demais públicos que dependem daquele espaço para sobreviver e obter formação para a vida, e se coloca à disposição para ajudar no que for necessário e no que esteja ao nosso alcance.

“Num país como o Brasil, manter a esperança viva é em si um ato revolucionário.”.

A luta continua.

Equipe SERTA

Setembro, 2019

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